Veio a chuva,
numa verticalidade tardia
duma forma miudinha
Cheirei-te a proximidade
por sobre o cheiro da terra molhada
A chuva, essa fina chuva que tarde veio
vertical
Fez-te voltar,
não sei porquê
Temo e olho-te
para além de ti
só esse manto fino, molhado
E eu perdido
frágil, com medo
de me voltar a perder
irremediavelmente
em ti
E chove
e eu tropeço nesta angústia
de me entregar (outra vez)
e, de novo, te ver depois partir
E eu não quero voltar a chover