terça-feira, 5 de setembro de 2017

Envenenemos o medo



Não te tentes
Não queiras querer
Não te sujeites a pertencer
Desenha um círculo em torno de ti
Chama-lhe fronteira
Chama-lhe muralha
Imagina-o parede
E não deixes nada entrar
Reconstrói-te
Refaz-te
Reforça-te
Mas não te tentes
Não te deixes tentar
Não voltes sequer a imaginar
Contém-te, detém-te
Usa mas não sintas
Utiliza mas não recordes
Se, por fraqueza, usares, esquece
Se, por necessidade, utilizares, ignora
Se te sentires fraquejar, desaparece
Mas não te tentes
Não desejes
Não recordes
E não te envolvas
Usa sem guardar
E resguarda-te no teu círculo
Fecha a fronteira
Ergue a muralha
E não arrisques a dor