segunda-feira, 24 de abril de 2023

No fundo de mim

 

Quantas vezes não passeei

Por vielas escuras e fétidas

Ventos de bolor, escorrendo nas paredes

Vielas de pedra húmida, pedra imunda

Agarrado a um cigarro

Cambaleando etilizado

Perdido numa procura insana

Ou tão só perdido de razão

Quantas quedas, quanta lama

Tanto desnorte roçado no salitre

Da podridão onde me atolei

Quando hoje recordo o que passei

Ou melhor, aquilo a que me forcei

Estremeço só de pensar

Em voltar a percorrer essas sujas vielas

Essas podres vias emocionais

Perfeitos desequilíbrios comportamentais

Labirintos de emoção

Ligando cérebro e coração