domingo, 15 de maio de 2022

Até quando?

 

Aconteceu por acaso, como acontecem as coisas que,
por acaso, não são programadas.
E cresceu; cresceu na distância e na proximididade.
Cresceu para lá das fronteiras do país, para lá de paisagens de outras terras,
Sob o testemunho de noites estreladas indescritíveis.
Foi partilha, sintonia, atracção, apoio.
Foi intenso
Foi desejo e loucura, sendo uma história de duas pessoas improváveis.
E um belo dia “desaconteceu”, tão de repente como começou
Tão silenciosamente quanto o distanciamento gerado, com um desagradável gosto a tanta coisa por dizer
Deixou memórias, deixou sabores quentes e doces, dedos que não contam,
olhos que não descrevem.
Deixou um vazio que o futuro jamais preencheu.
(Muitas vezes o futuro acontece tal como não estava previsto).
Eles ainda se sentem na distância; a vida continua para cada um deles
E cada um deles evoluiu noutras vivências, noutros lugares, com outras presenças.
Acredito que hajam incontáveis futuros, mas não creio que esteja previsto um que seja comum aqueles dois.
Ainda assim aposto que o intenso e doce sabor dos lábios permaneça presente até ao fim.
E que de todas as coisas que ficaram por dizer, as que realmente contam, sejam sentidas por ambos.