De repente pressenti um vulto na janela;
um perfil bem conhecido.
Fixei o olhar e nada vi,nada se fixava por detrás do vidro.
Foi a vista que me traiu, pensei
porque esse vulto há muito que o não via à janela.
Um vulto que era um rosto,
um rosto que a janela me abria
e por vezes se escondia, sorrindo
fazendo me a janela abrir para o encontrar.
Mesmo não tendo ouvido o sorriso,
tive o instinto de me dirigir à janela e procurar.
Mas contive-me. Porque esse perfil de rosto desenhado
num sorriso bonito e deslavado
desapareceu por si na brisa do seu querer.
E marinheiro não volto a ser
para me largar no desejo, sem leme nem vela a preceito
abrindo janelas de vento sem jeito,
e me afogar sem nada ver.
Se miragem não foi, voltará
e na janela se fixará e dessa vez baterá.
Se se quiser dar a ver,
virá