terça-feira, 1 de agosto de 2017

Do desespero olhado


Há olhares da dimensão do mar, um mar cuja distância se mede pela tristeza e a profundidade pelo desespero de não o poder navegar.
Senti ser a minha estrada esse mar, esse mar que me olhava, do azul da distância que nos separa.
E senti-me rodopiar nesse mar, nessa imensidão em turbilhão.
E perdi os sentidos na sua brisa suave, e no seu movimento ondulante senti-me marejar.
Um mar que deveria ser meu.
Por vezes um homem afunda-se na dor e, por mais que resista, afoga-se no magnético desejo que não consegue evitar.

1 comentário:

  1. Muita bonito, H.
    Tenho a dizer que é sem dúvida um dos escritos mais bonitos que li nos últimos tempos.
    Parabéns

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