De costas para ti senti a tua presença;
sei que estás nessa mesa contra a qual, de costas,
sempre me sento.
Senti te o perfume quando cruzaste as pernas
e soube que tinhas chegado, como sempre, silenciosa.
De costas para ti peguei no copo
e ergui-o quase casualmente
na esperança que me reflectisse a tua imagem.
Uma vez mais apenas vi o líquido e bebi um trago.
De costas para ti ouvi-te puxar do maço, tirar um cigarro e acende-lo à 3ª tentativa.
Senti o aroma desse tabaco que não fumo
e o teu olhar cravado em mim.
De costas para ti acabei a bebida,
depositei o custo do consumo sobre a mesa,
levantei-me e saí,
sabendo que estavas a olhar, esperando que me voltasse antes de atravessar a porta do café.
De costas para ti, entranhou-se-me o teu ressentimento pela minha "descoragem".
De costas para mim, senti-me, uma vez mais, incapaz de te suportar o olhar
porque sei que, se o fizesse, entregar-me-ia inevitavelmente a ti.
De costas para ti
ResponderEliminarDe um sorvo bebi o gin
E de um trago
Fumei o cigarro
Aquele que te esqueceste
De acender
Bom saber-te corvo
Baixa-te
Beijo..,
Não me lembro de ter entrado no Café Central para te ler ;)
ResponderEliminarOu entrei e não te vi...