A gralha, pousada
no muro de pedra rachada
Observa curiosa e
atenta
O manto escuro,
ao fim da tarde
Deitado de lado
sobre as costas encurvadas
Agitando-se ao
vento
Andando depressa
Coberto de negro,
quase de noite
Sob o olhar
atento da gralha
Acima das pedras
do muro rachado
Que o musgo do
tempo mantém de pé
E escuro vai
encurvado, sem se saber para onde,
Na negra noite
primaveril
O vento sopra de
rajada
E da gralha nem
rasto.
E da vida nem som
Curvado sobre o
abismo,
Manto ao vento,
bandeira negra
Réstia de nada
Lá bem longe
Onde já nada existe
Excepto a gralha
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