terça-feira, 20 de agosto de 2024

É tempo de seguir o tempo

 

É tempo de fazer o balanço

Aos sentimentos

Colhidos por tantos anos

Fragmentos coloridos de emoções

Formando paisagens doces

Gritos desesperados de dor

Rios de mágoas que nunca desaguam

 

É o final do Outono

Nas pontas das chamas

Que iluminam as noites mais escuras

Onde cavalgam as recordações

São as faces, tantas faces

Que em mim habitam

É o canto melancólico do quase final

Ou a vida em pequenos retalhos

 

É quase final de Outono

Tempo de balanço

Ao som da introspecção

Organizando as sombras

Dos meus genuínos pecados

 

E é tempo de sentir o tempo

Fluir no seu movimento

E preparar a jornada,

Que quase não tarda,

De finalmente o seguir,

De me deixar ir




terça-feira, 13 de agosto de 2024

Na tua sombra

 

Na tua sombra cabem as minhas desilusões

Botões de uma rosa murcha, quase amorfa

Desatinos em fragmentos de emoções


No teu cabelo, maré viva, sonho naufrágios

 Brisa sequiosa de um desejo fecundo

Porto que não alberga meus anseios

És miragem, eu deserto