Há músicas assim, músicas em fios de água cristalina, água de nascente. Músicas de fino traço, que encerram uma panóplia de emoções.
A que escolhi não acompanha o texto, gerou o texto. É de uma suavidade assustadora, de uma melodia tremenda, arrepiante, um pouco sofrida.
Ao ouvi-la pela primeira vez, senti-me transportado para um jardim de Outono, desses carregados de árvores com folhas de tons quentes. E recordou-me que a vida é finita e que, por muito aliciante que a morte possa ser e é, há que aproveitar esta passagem.
Invejo o génio e a mestria de quem cria algo assim tão belo e sinto a leveza das folhas amarelas, castanhas e multicolores, desprendendo-se dos ramos, e dançando com o vento suave que as transporta pelo ar até ao chão, esse destino terminal de tudo quanto vive.
É outono, no seu final, um outono no fio das cordas dos violinos, na voz rouca das teclas do piano, no embalo melancólico de quem escuta.
Melhor? Só o sussurro de quem nos diz ao ouvido: “desejo-te”
Muito bonito!
ResponderEliminarBom Natal...