Há silêncios que aprecio
São como brisas frescas em dias opressivamente quentes
São momentos de paz em fases de lua conturbada
Não são silêncios que se procurem
Caem-me de repente e só tenho de os aproveitar
Mesmo no meio de multidões, são fáceis de captar e dóceis, muito dóceis
São como brisas frescas em dias opressivamente quentes
São momentos de paz em fases de lua conturbada
Não são silêncios que se procurem
Caem-me de repente e só tenho de os aproveitar
Mesmo no meio de multidões, são fáceis de captar e dóceis, muito dóceis
Há silêncios que procuro
Silêncios que me permitem retomar o ritmo calmo da respiração
Que me deixam falar para dentro, que me equilibram.
Esses apenas atinjo quando me faço errante
E errante parto sem destino em busca de locais isolados
De onde regresso refeito, revigorado, reconstruído.
Há silêncios negros, opressivos, dolorosos, ingratos
São fruto da desconstrução de ilusões
Borrões disfarçados de quadros
Cicatrizes em pretensas carícias
Esses são os silêncios, de que não se fala e cuja marca permanece
E, decerto, haverá o último dos silêncios
E esse é uma incógnita que, desejo imaginar, será delicioso.
Egoisticamente meu.