segunda-feira, 14 de agosto de 2017

E o asno cegou de dor



Hoje doí-me um mundo em cada segundo
Dói arrancar de mim um veio de luz
Vendo-a sorrindo pra mim de forma "frágil"
Dói abrir as mãos, apartar os braços, virar a cara
Por um pedido, por um clamor, por um medo tolo
Fere-me de morte sempre que a razão, o conforto, o temor
Vencem o desejo, a mais pura acendalha da vida, a paixão

O que as asas aproximaram,
As penas afastaram

E doí-me a inercia, a falta de reacção,
A aceitação não aceite
O baixar de braços, os braços amputados
O torpor, o estupor do destino,
Esse cabrão que abomino,
A mentira maior.
É a vida…não é não!
São as teias construídas,
São os nós de marinheiro
Os bons costumes castradores
Esses abutres dos Valores

Dói-me não conseguir arrancar esta dor
Que me magoa e corrói



2 comentários:

  1. Muito bem transmitido este estado de alma!
    A vida é admirável, o ser humano é que aninha...
    Gostei muito, H.

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  2. ´O que as asas aproximaram,
    As penas afastaram´

    Sempre assim foi, e sempre será

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