Falo dos desequilíbrios
persistentes
Do ter tudo e nada ter
E porque não apenas ter o
suficiente?
Falo dos encontros
marcados,
A ansiedade provocada:
será ou não realizado?
E ainda gostará?
E se não gostar que
farei?
Mas é claro que vai
gostar e ainda desejar
E riremos e tolices
faremos
E bem abraçados pela doce
noite seguiremos
Brincando às escondidas
com as nossas sombras
Da antecipação infantil
de algo bom que vem
Do sorriso feliz do
realizado
E do desencanto profundo
do encontro falhado
Da dor, da mágoa de não
ser desejado
E da sombra solitária que
se esconde da sua vergonha
Ao voltar sozinho para
casa.
Dessa dor no peito, da
vontade de a coçar
De a arranhar e de a
arrancar
(Exponha-se o peito que
não o sentimento)
Por desespero, por não
ser amado ou não saber amar
Falo bem alto dos sonhos
não realizados
Tão alto que apenas eu
oiço
Tão sentido que
enlouqueço
Falo do horizonte de fogo
Espalhando brasas pelo
espelho de água
E escuto a respiração
E guardo estes momentos
Que me fazem sentir vivo
Que não verdadeiramente
sentido
E grito bem alto: Porquê?
E só quero estar num
penhasco bem alto
Bem próximo do céu
E numa metamorfose
poética abrir as asas
E vestir a minha pele de
negro
E sem hesitar lançar-me
do penhasco
E desaparecer
Que a solidão é a única
companheira que está sempre presente
É uma reflexão sincera sobre o que sentimos quando queremos ser vistos e compreendidos mas, ao mesmo tempo, nos escondemos.
ResponderEliminarEis um desabafo intrincado num emaranhado de sentimentos contraditórios. Porquê complicar o que é simples?
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