segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Negras asas feridas

 



Suave chega a dor,

esteve ausente

vem tardia

Num crescendo vem a dor,

e com ela morre o dia

Cresce dor crescente,

vem suave, vem tardia

Cresce dor, enlouquece,

nasce a noite fugidia

Depressa se instala a dor,

amarga dor

que a noite se faz tardia

Arde a dor intensamente,

docemente incontida

Brota dos olhos quebrados,

tão forte, tão sentida

E logo se mata a noite

num crescendo rumo ao dia,

na tortura branda e doce

dessa louca dor tardia

Sobrevive a essa dor,

aguenta só mais um dia

Até que ela retorne e te tome

tão suave quanto tardia



2 comentários:

  1. Dói e consola ao mesmo tempo. Gostei muito de ler.

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  2. A dualidade do querer e do não querer doer. Acho que hoje tudo doi! Quer se queira, quer não. O tempo não se compadece com caprichos!

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